Em janeiro, junto com o anúncio da publicação de Rei de Lata, a NewPOP também confirmou a publicação em versão física de um popular BL nacional publicado originalmente em 2016: Lebre e Coelho.
E agora, nós da Otakus Brasil tivemos a oportunidade de conversar com o autor da obra, Alec, sobre suas experiências com publicações físicas, seu quadrinho atual e o que podemos esperar pelo futuro e por mais que o lançamento tenha sido adiado pra dezembro, já é um ótimo aperitivo:
- “Essa não é a primeira vez que o quadrinho recebe versão física, já que lá em 2017, você abriu uma vaquinha para publicar por conta própria, como foi essa experiência?”
Alec: Foi uma experiência assustadora, mas muito empolgante. Era a primeira vez que eu administrava um projeto tão grande, ainda mais algo complexo como um financiamento coletivo. É um trampo danado, por sorte teve muitos amigos que me ofereceram ajuda naquela época.
- “E agora que você está tendo o apoio de um grande editora, quais são as principais diferenças de uma publicação para outra?”
Alec: Já é um alívio imenso que eles fiquem responsáveis pelas partes mais burocráticas como a impressão, distribuição, até diagramação. Mesmo assim eles tomam todo o cuidado para que a edição fique do meu agrado. Quanto ao conteúdo novo e os enfeites, sempre rola uma orientação sobre o que funcionaria melhor na publicação impressa, o que já faz uma diferença enorme de quando sou pensando em tudo sozinho.
- “Sabemos que essa primeira edição cobrirá só Lebre e Coelho e teremos alguns bônus nela, o que você pode adiantar que terá a mais pra gente?”
Alec: Quem acompanhava a história online sabe que tem um certo spin-off que eu fiquei de terminar faz uns anos. Pois bem, o Prólogo finalmente teve um desfecho nessa edição nova! Também tem algum conteúdo novo exclusiva para essa nova versão.
- “Você desenvolveu muito spin-off com a base de Lebre e Coelho, incluindo a sua história atual, “Quem é Marceline?”. Como surge essas expansões de universo na sua cabeça?!”
Alec: Marceline foi uma coisa que pensei até antes de Lebre e Coelho, eu decidi que ambos se passassem no mesmo universo quase como uma piada interna. No fim, eu vou juntando tudo pra manter a conexão entre as minhas criações e eventualmente, gerar mais oportunidades, quem sabe.
- “Sei que a história da Marceline ainda está na metade e tem muitos personagens que ainda nem deram as caras na história ainda, mas você já tem final definido pra essa história?”
Alec: Metade? Acabou de começar! Hahaha. Eu tenho uma ideia pro final, mas como eu resolvi separar a história por capítulos, não estou preocupado com isso agora. Tem muita coisa pra se desenrolar aí, podem ficar tranquilos.
- “E quando Marceline acabar, você acredita que entrará numa onda de histórias mais originais ou ainda tem para onde o universo de Lebre e Coelho se expandir?”
Alec: Posso até criar outra coisa que se passe no mesmo universo, mas as aparições dessa galera que a gente conhece seriam mais como referências ou easter eggs mesmo.
- “Atualmente tu já és mais conhecido pelo seu nome real, mas na época que Lebre e Coelho estava sendo publicado, você tinha o pseudônimo Jonnhy Jota ou também Jojo, então quais são a suas relações com Jojo Bizzare Adventure?”
Alec: Acredita que nenhuma? Comecei a ver Jojo esse ano!
No ensino médio me apelidaram de Johnny por causa de Johnny Test, o Jota eu adicionei depois só pra ficar um nome composto (a grafia está errada porque eu não sabia como se escrevia, aí eu deixei por charme mesmo). Jojo foi um apelido carinhoso dos fãs mesmo.
Ironicamente, Jonnhy e Jojo são personagens de uma das minhas primeiras webcomics, também sem nenhuma relação aos motivos anteriores, vai entender.
- “Você gostaria que um dia Lebre e Coelho tivesse uma adaptação audiovisual, tanto para animação ou até mesmo live-action?”
Alec: Se rolasse seria incrível, ao mesmo tempo que eu acho que morreria se visse algo que eu fiz quando era adolescente fosse adaptado pra outras mídias a essa altura do campeonato. Agora, Marceline eu adoraria ver animado.
“E pra finalizar, eu amo todos os personagens da sua história, mas depois o Larry, meu favorito é o Jimmy e o que eu mais amo nele e que ele é um personagem que vem da sua filosofia de que seus personagens não são nem 100% bons, nem 100% ruins, eles podem pender pra um lado ou pra outro, mas sempre tem um pouco dos dois, porque seres humanos são assim na sua essência, então eu tenho 2 perguntas:
- Lebre e Coelho é um história antiga na sua cabeça e você já disse que o Jimmy era vilãozão nessas primeiras versões, podia falar mais de como ele seria?”
Alec: Não ia mudar muita coisa, acho que ele só seria mais maldoso e rancoroso hahaha
O que mais mudou é a forma de como eu abordei ele na história. Hoje ele é uma pessoa, antes seria um vilãozinho mais raso mesmo.
- “Você também já disse Lebre e o Coelho foi modificando conforme seu amadurecimento e seus relacionamentos, até foi desse amadurecimento que veio essa filosófica de ninguém é 100% nada, então como foi botar essa filosofia na história e principalmente como foi colocar ela no Jimmy?”
Alec: Lebre e Coelho estava pronto no papel desde os meus 14/15 anos, mas só lá pelos 19 eu resolvi botar no mundo. Nesse intervalo muita coisa foi acontecendo, daí eu olhava pros personagens e ficava “poxa parceiro, agora eu sei como se sente, desculpa por fazer isso com você.” Então ao invés de só refazer o que já estava pronto eu fui adaptando aos olhos que eu tinha adquirido nesse tempo. A história é a mesma, mas com um pouco mais de tato.
Hoje com 24 minha visão já é outra, mas isso eu deixo por conta da Marceline.
Queremos agradecer o Alec por ceder esse tempo pra gente. Vocês encontram mais do trabalho dele no Twitter e Instagram e se puderem, comprem Lebre e Coelho, principalmente por esse link que ajuda o Alec, ajuda a OB, ajuda todo mundo.
