Se você nunca ouviu falar sobre esse jogo antes, aqui está o que precisa saber: Defense of the Ancients ou DotA, foi o jogo de estratégia de jogador contra jogador em tempo real pioneiro no gênero multiplayer de arena de batalha online, surgindo pela primeira vez como um mod para Warcraft III: Reign of Chaos da Blizzard (2003), antes de sua marca ser comprada de forma contenciosa pela Valve (os criadores do serviço de distribuição de jogos Steam), bem como das franquias de videogames Half-Life e Counter Strike. DotA 2 foi lançado pela Valve em 2013 e o jogo free-to-play gozou de muita popularidade, sendo o primeiro jogo a atingir um pico de mais de um milhão de jogadores simultâneos há seis anos, um feito que já alcançou várias vezes desde então, e é o segundo jogo mais jogado no Steam até o momento. O anime, Dota Dragon’s Blood, estreada em 25 de março de 2021 pela Netflix em parceria com a Valve, é inspirada na mitologia do game Dota 2.



DOTA: Dragon’s Blood segue Davion, o Cavaleiro Dragão e Mirana, a Princesa da Lua, em suas aventuras num emaranhado de conflitos de um mundo mágico que está testemunhando a precipitação de eventos traumáticos de mil anos atrás. Nossos heróis lutam contra exércitos, bandidos e dragões. Tudo isso enquanto ascendentes, demônios e deuses travam guerras no reino mortal. Além do Dragon Knight, Princess Mirana e Luna, the Moon Rider, Dota: Dragon’s Blood não apresenta outros personagens do jogo além de – spoilers potenciais à frente – Carl, the Invoker e Terrorblade, o Saqueador Demoníaco e o próprio Shopkeeper (O Lojista). Uma série de novos personagens se juntam a eles, inseridos em atos de apoio, como os escudeiros Bram e Marci, até a mitologia do jogo, como Selemene, a Deusa da Lua Negra (adorada por Luna e Mirana), desenvolvendo este mundo de fantasia e seus povos.



Ao ter optado por ficar longe de explorar as histórias de origem – algo que os fãs da franquia de videogame teriam apreciado muito -, o anime desenvolve uma abordagem muito mais simplificada ao transmitir a tradição por trás de sua história enquanto cria contos e personagens próprios. A escrita e o diálogo, além de divertidos, ajudam a entender a dinâmica que esses personagens têm uns com os outros. Há um equilíbrio entre piadas inteligentes e melodrama sombrio que você esperaria de personagens neste cenário dos animes. Em vez de manter o alívio cômico e os personagens sérios separados, os dois arquétipos são mesclados para a maioria dos personagens, de modo que cada um seja levado a sério até certo ponto, ao invés de ter alguns personagens escolhidos como uma piada. Enredo épico, autêntico e divertido.
O ritmo da série é adequado, nenhum dos episódios – há oito no Livro 1 – se faz tedioso ou desinteressante, e o arco principal da história chega à sua conclusão em tempo hábil. Embora o final possa ser considerado satisfatório, amarrando várias pontas soltas e encerrando alguns eventos, certas tramas são deixadas sem solução, preparando o cenário para o Livro 2 e mais histórias a serem contadas no universo.
DOTA: Dragon’s Blood foi produzido pelo Studio Mir da Coréia do Sul, conhecido por seu trabalho nas séries The Legend of Korra e Voltron: Legendary Defender. A animação é elegante e a coreografia de ação graciosa, proporcionando uma experiência visual que diverte os olhos. O estilo de arte é semelhante ao de Castlevania, optando por um visual ligeiramente realista e 3D ao invés de qualquer coisa superestilizada. A fantasia medieval é um gênero que deve prosperar no ambiente dos jogos. Os paradigmas que envolvem a elaboração desses jogos (história dos campeões (lore), composição dos mapas, mitologia e outros) os tornam a grande fonte de materiais para adaptações.



Posso assistir à serie sem conhecer o mundo de Dota?
Sim, os personagens são bem estabelecidos e a tradição que sustenta a trama é explicada – de forma superficial, no entanto.
Ostentando uma animação deslumbrante e um elenco talentoso de escritores e atores que dão vida a esses personagens tão simpáticos, o estilizado ‘Livro Um’ deste show é um forte começo para uma história que deve satisfazer tanto os espectadores casuais quanto os fãs de longa data dos jogos.
A série animada está disponível para visualização na Netflix com classificação indicativa +18 – não há nudez explícita ou episódios demasiados sangrentos, mas há cenas de cunho sexual.
🙂
Fonte: Gadgets 360°, Discussing Film, Netflix Brasil.